sábado, 4 de outubro de 2008

Amanhã (hoje)

Amanhã (hoje) vou enviar-te a última mensagem, a derradeira, a despedida.
Amanhã (hoje) vou expulsar o teu número que a minha mente sabe de cor da memória.
Amanhã (hoje) vou trancar-te dentro do meu coração, não te vou expulsar porque sei que nada é assim tão simples.

Mas, vou-te trancar lá dentro, e pegar nele e guarda-lo no meu cofre que está escondido dentro de um armário localizado no dedo mindinho do pé esquerdo - não se pode tirar ao coração o lado que lhe pertence -.



Eu sei que não vou ter resposta...


Aproxima-se um dos meus demoniozinhos, e diz-me que sim, que vou.
Olho para ele, sorrio como se acreditasse e olho para o lado - eu sei a verdade.
Vem outro e berra comigo, manda-me expulsar-te do peito.
Nada fiz para merecer tanto desprezo, e no entanto é tudo a que tenho direito.
Chama-me estúpida, idiota, besta e sei lá que mais - tudo realidades.
Continuo em silêncio e olho para o meu terceiro demónio, ele olha de volta.
Ficamos em silêncio, ele não diz nada porque sabe que eu acredito nos outros dois.
Continuo a olhar para ele como se o facto de ignorar os outros fizesse alguma diferença.

Não consigo desviar o olhar.
Olho...
... e vejo a porta ...
Olho...
... e vejo-me a mim a olhar pela 123556465ª vez para a porta...
Olho...
... e vejo um carro ...
... e vejo-me a ver o carro...

Fecho os olhos e decido que tenho que parar de 'olhar'...
Volto a abri-los convicta da minha decisão.
Volto a fitar o meu pequeno demónio...
.... e vejo o teu sorriso ....

E toda eu caio no chão desfeita em pequenos pedaços.


Não me cabe a mim decidir esquecer-te.
Cabe a uma parte pequena de mim.
O meu cérebro sabe o que tenho a fazer.
Mas.. incrivelmente para viver como um vegetal,
eu não preciso de cérebro...
Preciso do coração para bombear o sangue...


De uma certa maneira, podemos viver sem cérebro...
(não que eu considere a isso, de todo, viver).
Mas não sem o coração.
E se o coração bate o pé e diz que não.
Que ainda é cedo para ir dormir sem te dirigir o último pensamento da noite.
Que mais cedo ainda para acordar sem desejar ter uma mensagem tua.
Então, quem sou eu para bater o pé e tentar mandar mais que ele?


Why aren't you huggin' me right now?


Acho toda esta situação do mais ridículo possível. Sinto-me um monstro.. Essa parece ser a única explicação para fugires de mim assim.. Por isso...


Amanhã (hoje) eu dou por esquecido que te conheço.
Apesar de que - e eu sei isto, e
não é mais que informação inútil .. - eu sei

o que vou sentir sempre que te vir.

Eu sei que o meu coração vai saltar uma batida
quando te reconhecer.
E sei também, que se o nosso olhar se voltar a cruzar..

O meu maior desejo será - e se calhar até me vou sentir como se estivesse prestes a - desaparecer.

E sabes que mais?

Eu posso evitar isto tudo.
Posso, mas não quero.

Quero continuar a sentir borboletas enquanto elas existirem.

Quero continuar a preocupar-me contigo, apesar de fingir que não o faço.
Quero - não, não quero. mas vou - continuar a fingir que entras e nem te conheço.
E.. isso vai doer bem mais a mim que a ti.


Por isso, Adeus.
Espero que fiques bem.







I've been watching your world from afar
I've been trying to be where you are
I've been secretly falling apart
Unseen
To me you're strange and you're beautiful
You'd be so perfect with me
But you just can't see
You turn every head but you don't see me.
(...)
Sometimes the last thing you want comes in first
Sometimes the first thing you want never comes
I know waiting is all you can do
Sometimes.
I'll put a spell on you
You'll fall asleep
I'll put a spell on you
And when I wake you up
I'll be the first thing you see
And you'll realize that you love me..

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