quinta-feira, 22 de maio de 2008

Passeio dos prodigios

Todos vocês por esta altura já ouviram falar da tolerancia zero, que ocorre todos os anos durante as férias de maneira a prevenir acidentes.
O que possivelmente nunca ouviram (até porque não me lembro de alguma vez ter mencionado isto), é que regra geral, durante as férias percorro um troço da ip3, e um bocadinho da A25 tb, e em 4 anos de carta, nunca vi um unico carro da brigada por lá, seja em férias ou em altura normal.

Bem, hoje foi diferente, pelos vistos um qualquer jogador da selecção só hoje é que veio para viseu, e teve direito a uma escolta de 4 motorizadas, e 6 carros, para lhe guardar o autocarro.

Afinal qual era o medo deles? que alguém lhes dissesse adeus enquanto os ultrapassava? ou que simplesmente lhes dissessem adeus? Ou pior, que ultrapassassem a vedeta?

Fico feliz de saber que durante a altura em que deviam estar na estrada para prevenir de facto, os acidentes, as mortes, os excessos de velocidade/alcool/droga estão sabe-se lá onde, mas se for para tomar conta de um prodigio ah e tal, toma lá umas quantas viaturas.

Para mim, o mais estupido ainda é que, se ele viesse num carro normal, possivelmente, nem davam por ele.

Passeio dos Prodígios - Jorge Palma

Vamos lá contar as armas
tu e eu, de braço dado
nesta estrada meio deserta
não sabemos quanto tempo as tréguas vão durar...

há vitórias e derrotas
apontadas em silêncio

no diário imaginário
onde empilhamos as razões para lutar!

Repreendo os meus fantasmas
ao virar de cada esquina

por espantarem a inocência
quantas vezes te odiei com medo de te amar...

vejo o fundo da garrafa
acendo mais outro cigarro
tudo serve de cinzeiro
quando os deuses brincam é para magoar!

Vamos enganar o tempo
saltar para o primeiro combóio
que arrancar da mais próxima estação!
Para quê fazer projectos
quando sai tudo ao contrário?
Pode ser que, por milagre,
troquemos as voltas aos deuses

Entre o caos e o conflito
a vontade e a desordem
não podemos ver ao longe
e corremos sempre o risco de ir longe demais

somos meros transeuntes
no passeio dos prodígios
somos só sobreviventes
com carimbos falsos nas credenciais
Vamos enganar o tempo...


Porque não podemos, dentro e apesar de todas as nossas diferenças, ser todos iguais? |:

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